Este não é um post triste, nem de dor, nem de perdas, por mais que ele comece em um casamento e termine em um velório. Este é um post de amor, de crescimento e de transformação.
Duas coisas tão antagônicas, casamento e enterro. Em menos de 24h fui nos dois locais. Chorei nos dois, me comovi, me emocionei. Fui arrebatada pelo amor dos noivos, verdadeiramente apaixonados, trocando juras, com os olhos brilhando em uma luz de por do sol que parecia encomendada. Fui arrebatada pela cena do filho que perdeu o pai, se despedindo dele no caixão com um beijo. Duas pessoas que eu adoro, e que fiz questão de estar perto nestes momentos tão distintos, tão importantes e indeléveis.
A cada casamento que vou, revivo um pouco do meu. Relembro dos por ques, dos desejos de uma vida feliz e unida, do objetivo de construir uma família, de ser um grupo, de criar laços fortes e indestrutíveis.
Quando vou a um velório, também revivo minhas perdas tão doídas e o que fiz e o que não fiz nos momentos de despedidas. Não me despedi do meu pai, mal consegui chegar perto dele… mas ao ver meu amigo chorando a morte do seu pai, pude me despedir do meu, de novo. Pude me comover com sua coragem, com a nossa dor.
Acho que por isto os rituais são tão importantes, casamentos, juras, cerimônias, despedidas. A cada casamento que presencio, que choro junto, relembro meus desejos e minhas próprias juras. A cada despedida, vivencio de forma diferente as minhas perdas e cada vez parece que elas ficam mais claras, presentes e antagonicamente, mais leves.
Nas duas situações neste fim de semana encontrei a mesma coisa: Amor, amor verdadeiro, amor que quase conseguimos pegar, de tão real. É claro que é muito melhor viver laços e enlaces, lágrimas de felicidade do que de dor, mas a morte nos lembra do por que estamos vivos e de por que precisamos realmente cultivar o que é importante e o que nos faz feliz. Viver se torna urgente diante dela, que leva o corpo, traz a ausência mas não apaga o amor e não desfaz os laços construídos com sorrisos, ensinamentos, amizade e companheirismo.
Não dá pra saber o que te transforma mais, mas o fato é que nunca saímos iguais de experiências como estas. Obrigada vida, obrigada morte.